O pneu continua preto, mas fabricantes fazem questão de chamá-lo de
verde. Além da busca por eficiência, reduzindo consumo de combustível e
emissões de poluentes, fabricantes pesquisam alternativas à borracha
sintética.
Cientistas da Universidade de Müster, na Alemanha, desenvolvem um látex
extraído da flor dente-de-leão, que começou a ser testado em pneus da
Continental.
Os bioquímicos da universidade descobriram a enzima responsável pela
rápida coagulação do látex e inibiram sua ação. Isso permite que a seiva
escorra livremente, possibilitando a exploração industrial.
A borracha natural do dente-de-leão reduziria o uso de petróleo, uma
fonte não renovável, empregado na fabricação da borracha sintética.
Outra vantagem é que ao cultivo é mais fácil e barato que o da
seringueira -- é dela que é extraída a seiva da borracha tradicional.
O dente-de-leão fica pronto para a colheita em um ano. A seringueira
leva de cinco a sete anos, está sujeita a fungos e as plantações atuais
têm demanda maior que a oferta.
SÍLICA
Mesmo nos pneus tradicionais, de borracha sintética, há compostos que
diminuem o atrito na rolagem -- o que aumenta a vida útil do pneu e
reduz consumo e emissões -- sem perder desempenho de aceleração e de
frenagem.
A sílica é um deles. Antes restrita a pneus de alta performance, ela aparece cada vez mais em pneus de entrada.
Segundo Roberto Falkenstein, diretor de pesquisa e desenvolvimento da
Pirelli, a família de pneus Cinturato P1 e P7 e Scorpion Verde usam até
30% de sílica. "Os pneus de corrida, por exemplo, usam apenas 8%",
destaca.
A sílica permite que o pneu trabalhe com temperaturas mais baixas e
sofra menos deformação ao tocar o solo. Isso faz com que o consumo de
combustível caia cerca de 6%, apontam estudos da Pirelli. É o suficiente
para, na vida útil do pneu (estimada em 60 mil quilômetros), economizar
3,6 pneus.
Para Falkenstein, a nova tecnologia também reduz as emissões de CO2. "O atrito do pneu é responsável por 20% das emissões de CO2 do carro. Quando reduzimos o arrasto, baixamos também as emissões de poluentes", diz.
Créditos:Folha.com
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