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segunda-feira, 11 de julho de 2011

IBC 2011 vai debater a TV Digital Terrestre e o seu legado em escala mundial


Como a transição do analógico para o digital prossegue a passos largos em alguns centros, mas lentamente em algumas regiões, as linhas orientadoras sobre a utilização do espectro estão sendo debatidas e traçadas entre os broadcasters e operadores de multimídia em todo mundo. Neste contexto, o IBC 2011 apresenta os mais recentes indicadores sobre a implementação da TV Digital Terrestre à escala mundial e anuncia já uma sessão técnica especial sobre esta temática integrada no programa de conferências do IBC 2011, que será realizado entre 8 e 13 de setembro, na RAI em Amsterdã.

                     
A Europa continua liderarando o processo mundial de mudança para a televisão digital. Até o final de 2011, a TV Digital Terrestre deverá estar bem avançada em toda a União Europeia e a diretiva comunitária de 2012 para o switch-off deverá ser cumprida por quase todos os Estados membros. As regiões que começaram primeiro a sua transição para a televisão digital já estão planejando os próximos upgrades das suas redes para HD, 3-D, no entanto, tem enfrentado alguns problemas relacionados com o legado de hardware que já se encontrava instalado e que em breve estará obsoleto. Por esse motivo, alguns operadores tem ficado para trás, lutando com as implicações do custo da passagem da televisão analógica para o digital num setor já espremido onde é difícil conseguir apoio financeiro.

O switch-off analógico (SOA) já se encontra concluído em 14 países, sendo que Malta é o caso mais recente, cujo processo de transição fora concluído no dia 1 de junho de 2011. Analistas da HIS Screen Digest preveem que, até o final de 2011 todos os países da Europa Ocidental terão o seu território coberto com TV Digital Terrestre acima dos 90%, e a maioria terá aproximadamente 98%.

O panorama no leste europeu inclui situações diferenciadas. A Croácia já completou o switch-off analógico e registra uma cobertura acima de 90% do seu território, enquanto outros países, como a Sérvia, ainda não lançaram qualquer serviço de TV Digital.

Apesar de ter um SOA oficial determinado para 2011 e um investimento de € 93,2 milhões na criação de uma rede de TV Digital, a empresa de transmissão nacional da Hungria, a Antenna Hungária é provável que não consiga cumprir aquela data (possivelmente por mais três anos, dizem os analistas da Futuresource). De acordo com a empresa de consultoria DigiTAG, os países que ainda não tenham lançado a TV Digital Terrestre (incluindo a Irlanda, Romênia, Bulgária, Bósnia e Montenegro) também levantaram questões contra o prazo de 2012.

“O trabalho mais complicado é o que ainda será realizado na Romênia e na Bulgária”, diz o analista da Screen Digest, Guy Bisson. “A Bulgária tem o lançamento da TV Digital Terrestre agendado ainda para em 2011, e o SOA planejado para 2015, e a Romênia ainda lançará um serviço de TV Digital, tendo data prevista de switch-off analógico para 2015. Quanto à Polónia e à Grécia também estão alinhadas para perder o prazo limite de SOA recomendado pela União Europeia que aponta o ano de 2013″.

Alguns mercados mais maduros estão agora criando planos de negócio para atualizar as suas redes digitais e incluir o padrão DVB-T2. As principais linhas orientadoras desses planos são a pay-TV e o HD, sobre as quais os mercados estão a ponderar a melhor forma de maximizar as oportunidades de cobertura e de poupança, sem causar demasiado ressentimento junto ao público por causa de um duplo switchover, que poderá implicar uma mudança consecutiva de equipamentos.

Para as outras nações o atraso na escolha de tecnologias para a TV Digital Terrestre revelou-se benéfico, possibilitando a escolha do sistema DVB-T2 e a eliminação imediata do legado do DVB-T. Estes países foram também capazes de economizar significativamente a largura de banda ou em infraestruturas destinadas à cobertura.

No Brasil, o tema tem sido discutido com muita ressalva, devido aos interesses políticos e os argumentos econômicos que são cada vez mais utilizados em tentativa de acelerar o processo de distribuição do sinal digital em todo território. Entre os broadcasters a opinião é dividida, mas o que mais se acredita é que a data pré-determinada para o desligamento do sinal analógico, aqui no Brasil, deva ser prorrogada. Para o diretor de vendas Mercosul da RFS, Renato A. França, o sinal vai ser desligado paulatinamente e durante este processo de desligamento o país terá um ganho tecnológico muito bom. “Por mais que não seja em 2016 o switch-off, nós teremos eventos como a Copa e os Jogos Olímpicos que certamente servirão de incentivadores para a evolução tecnológica da TV Digital Terrestre brasileira”, disse França.
   Devido aos pedidos e propostas que a RFS tem recebido nos últimos anos, o diretor acredita que 2013 deve ser o grande boom da corrida pela mudança do sinal. Ricardo Avena, gerente de Produtos Broadcast da RFS, cita exemplos de outros países para crer em um atraso na data estipulada. “Devido a atuação global da RFS nós pudemos acompanhar este switcher-of em outros países e o caso mais recente foi o da Inglaterra e por lá também houve um desligamento progressivo”, completou Avena. Para complementar as observações técnicas, o engenheiro Omar Dalip, da TV Bandeirantes, disse que existe ainda uma questão relacionada aos contratos de mídia e publicidade que deverá ser respeitado. “Hoje eu entrego o sinal analógico para todo o país e só poderei desligar este sinal quando o sinal digital estiver cobrindo o território nacional na mesma, ou maior proporção”, finalizou Dalip.



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